Agenda

Cinema e Vídeo
São Luiz Teatro Municipal
Rua António Maria Cardoso, 38, 1200-027 Lisboa

Sílvia das Fadas – Luz, Clarão, Fulgor

Projeção, seguida de uma conversa com a realizadora, apresentada no contexto do projeto Terra Batida.

Luz, Clarão, Fulgor
Sílvia das Fadas com Francisco Janes
90 min | M_12
Mais informações em www.alkantara.pt

Luz, Clarão, Fulgor: Augúrios para um Enquadramento Não Hierárquico e Venturoso de Sílvia das Fadas com Francisco Janes.

Bilhetes disponíveis a partir das 13h do dia de cada evento, na bilheteira do Teatro São Luiz (física ou online). Serão entregues no máximo 2 bilhetes por pessoa.

Luz, Clarão, Fulgor – Augúrios para um Enquadramento Não Hierárquico e Venturoso é um filme que se acende no rastilho do anarquista António Gonçalves Correia e das suas experiências comunais – primeiro, a Comuna da Luz em Vale de Santiago/Odemira (1917-18), e depois a Comuna Clarão, em Albarraque/Sintra (1926). Ao metamorfosear-se em diferentes iterações, antecipa o fulgor de uma desierarquização do olhar e uma pedagogia da terra e da convivialidade na bio-região alentejana.

Esta projeção, seguida de uma conversa com a realizadora, é apresentada no contexto do projeto Terra Batida. Sílvia das Fadas, atualmente residente em Troviscais, São Luis, participou numa das residências no Alentejo (Montemor-o-Novo). Terra Batida é uma rede de pessoas, práticas e saberes em disputa com formas de violência ecológica e políticas de abandono. O conhecimento singular e local de conflitos socioambientais, aliado à ação em rede, convocam resistência aos abusos extrativos e também pedem cuidado: para especular e fabular, para construir visões e vidências sensoriais entre mundos exauridos e exaustos.

“Procuramos por augúrios enquanto observamos teimosamente as ruínas de uma comuna. Por exemplo: ‘clima favorável aos errantes’. Caminhamos através dos tempos, registando erraticamente imagens e sons através da espacialidade caleidoscópica do Alentejo, uma região com nome de rio, para além de um rio. Como caminhar oferece encontros inesperados e copresenças, missivas são enviadas de e para as margens. Por exemplo: ‘cultivar órgãos para a alternativa’. Os nossos sentidos são parciais, precários e fragmentários, mas não a nossa orientação: trava-se uma luta quotidiana pelo fulgor e queremos fazer parte dela. Contra um firmamento de desapropriação de terras, corpos e laços sociais, estamos a preparar-nos. Por exemplo: ‘De nível!’ O fulgor é móvel, a comunidade prefigurada é dispersa e diversa. Através de dissenso e associações de afinidade, autonomia e reencantamento, a oferenda do cinema traz em si a potência para florescermos livres de imposições hierárquicas.”
Sílvia das Fadas

Todos os eventos do Terra Batida no Alkantara Festival são de entrada livre.

Filme expandido em 16mm e texto: Sílvia das Fadas
Composição Sonora: Francisco Janes
A partir de gravações de Nora Sweeney, Robert Blatt, Sílvia das Fadas


[EN]

Tickets are available from 1 pm on the day of the event at the Teatro São Luiz box office (in person or online). Limited to two tickets per person.

This film follows on the trail of António Gonçalves Correia and his “communes”. First, Comuna da Luz (‘Light’) in Vale de Santiago/Odemira (1917-18), followed by Comuna Clarão (‘Blaze’) in Albarraque/Sintra (1926). By morphing into different iterations, the film anticipates the ‘fulgor’ of a dehierarchicalised gaze and a pedagogy of the land and conviviality in the Alentejo bio-region.

Stubbornly looking at the ruins of a commune we search for auguries. For instance: “Fair weather for drifters.” We wander by foot across times, erratically shooting images and recording sounds through the kaleidoscopic spatiality of Alentejo, a Portuguese region named after a river, beyond a river. As walking offers unexpected encounters and copresences, missives are sent to and from the margins. For instance: “growing organs for the alternative.” Our senses are partial, precarious and fragmentary, but not our orientation: There is an everyday struggle for the fulgor* being fought and we want to be part of it. Against a firmament of dispossession of land, bodies and social bonds, we are getting ready. For instance: “On the level!” The fulgor is mobile, the prefigured community dispersed and diverse. Through dissent and associations of affinity, autonomy and re-enchantment, the offering of cinema could be to let us flourish in non-hierarchical frames. (Sílva das Fadas)

This film screening, followed by a conversation with the director, is presented in the context of the Terra Batida project. Sílvia das Fadas, who currently lives in Troviscais, participated in a Terra Batida residency in Alentejo (Montemor-o-Novo). Terra Batida is a constellation of people, practices and knowledge taking a stand against ecological violence and politics of abandonment. Local knowledge of socio-environmental conflicts combined with an active network create a context for resistance to extractive abuses and, also, for practices of care — speculation, fabulation, and building visions and reflections of the future for our weary, worn-out worlds. All Terra Batida events at the Alkantara Festival are free to attend.

16mm film and text: Sílvia das Fadas
Sound composition: Francisco Janes
Based on recording by Nora Sweeney, Robert Blatt, Sílvia das Fadas