Agenda

Dança
30 mai a 1 jun 2025
São Luiz Teatro Municipal
Rua António Maria Cardoso, 38, 1200-027 Lisboa

Ou

Com uma linguagem fortemente transdisciplinar, OU entrelaça dança, som, vídeo, luz e palavra num tecido sensorial que convida à escuta e à imaginação. A proposta é um convite a pensar a História pela via da ficção, da fabulação, da presença fantasmagórica como forma de justiça e memória.

A voz do mar encheu o céu e a terra. Uma voz que está cheia e se quebra, e nunca mais acaba.”

No seu contínuo balanço, o mar traz e leva consigo memórias de todos os tempos.

Foi o mar que trouxe Vasco da Gama a Inhambane, cidade do sul de Moçambique batizada por ele de ‘Terra de Boa Gente’. E foi por mar que foram levadas de Inhambane milhares de pessoas escravizadas, muitas delas perdidas para sempre nas suas águas.

— O mar é um mundo. No mar há vida. Há montanhas, plantas, vento e peixe. Há vida humana nas profundezas.”

Inspirados pela mitologia de Drexciya, que imagina um povo subaquático descendente de escravos africanos que foram deitados ao mar durante a travessia do Atlântico, e pelo testemunho de uma curandeira de Inhambane sobre as suas experiências com os espíritos do mar, OU reflete sobre múltiplos encontros. O encontro de dois corpos, com as suas forças, as suas abstrações, as suas histórias, as suas vontades. O encontro entre o mar e a terra, o visível e o invisível, o ancestral e o contemporâneo, o espiritual e o terra-à-terra.

Resultado de uma colaboração entre André Braga & Cláudia Figueiredo e Panaibra Canda, OU tomou como pronto de partida a paisagem de Inhambane, terra de memórias familiares e coloniais, onde o presente se mistura com as reverberações do passado: “A memória enraíza-se no concreto, em espaços, gestos, imagens e objetos”. Interessa-nos pensar a História a partir a partir de outras perspectivas, outras vozes, outras linguagens e de um pensamento cruzado que sobrepõe passado, presente, futuro. Interessa-nos prosseguir com a pesquisa sobre o que Paul Carter chamou de “política do chão”: “um novo pisar que não terraplane o terreno, mas que deixe o chão galgar o corpo, determinar os gestos, os movimentos, numa nova coreografia social”.

Direção Artística, Desenvolvimento do conceito e Dramaturgia André Braga, Cláudia Figueiredo e Panaibra Gabriel Canda em colaboração com Gonçalo Mota (dramaturgia e vídeo) e João Sarnadas (sonoplastia) Interpretação André Braga e Panaibra Gabriel Canda Sonoplastia João Sarnadas Vídeo Gonçalo Mota Luz Santiago Rodríguez Tricot Texto excertos da conversa com Constança José Beoula Espaço cénico André Braga em colaboração com toda a equipa Figurinos Sandra Neves Apoio à construção Joana Mesquita Alves, Sandra Neves, Pedro Coutinho e Nuno Guedes Direção de produção Ana Carvalhosa Produção Joana Mesquita Alves (coordenação de projeto) e Cláudia Santos Apoio administrativo João Gravato Coordenação técnica Pedro Coutinho Comunicação Joana Borges Apoio e Coordenação em Moçambique CulturArte Moçambique Agradecimentos Direção Provincial de Cultura e Turismo de Inhambane, Casa Provincial da Cultura de Inhambane, Centro Cultural Machavenga, Rui Horácio Mbande, Luis Luis Chauque, Ana Lúcia Cruz, Lizette Chirrime, grupo de participantes no workshop de criação em Inhambane, Ana Barata, Fernanda Araújo, Francisco Babo Coprodução Festival DDD/ Teatro Municipal do Porto, Teatro das Figuras, Teatro Aveirense / CM Aveiro e São Luiz Teatro Municipal /// A Circolando – Central Elétrica é uma estrutura subsidiada por República Portuguesa – Cultura / Direção-Geral da Artes

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