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Lançamento do novo CD de Teresa da Palma Pereira

“Terra” é o quinto trabalho discográfico da pianista, que procura encontrar um fio condutor entre três grandes compositores de escolas muito diversas; Mussorgsky (Quadros de uma exposição), Bartók (Danças romenas) e Albéniz (Iberia). O nome do CD evoca um sentimento nacional comum a todos eles.

Se o romantismo musical e estético, em geral, sempre procurou novos lugares espirituais, novos lugares de criação, alterando o imaginário coletivo para a posteridade, alguns compositores, vindos do romantismo, fizeram o movimento no sentido oposto, encontrando esse lugar de criação em casa.

O ideal de Mussorgsky não está num objetivo distante a ser alcançado após todos os conflitos, tal como Beethoven nos apontava na 5ª sinfonia, o ideal está na ligação mística a cada momento pelo qual passamos ou que passa por nós. Cada história dos “Quadros de Uma Exposição” revela-nos mais um lugar improvável nas nossas almas, ligado ao lugar concreto, do qual as histórias, tradições, costumes que compõem o “quadro” maior da sociedade, fazem parte.

No final, somos apenas o espectador que continua, impassível, a sua “promenade”. No entanto, nem sempre somos assim tão passivos. Outras vezes, juntamo-nos irresistivelmente à dança do lugar, o lugar está no ritmo dos nossos corpos, que se juntam ao corpo colectivo, o rosto do lugar é a dança do lugar, como em Bartók.

Com Albéniz, próximo do impressionismo musical, pintam-se quadros, mais uma vez. Mas os quadros não são mera fotografia morta indissociável da captação do instante. Têm a história daquela terra, os seus bairros, luz, mar insubstituíveis. Têm a arquitetura única e irrepetível que a liga ao seu passado, os sons que passam de geração em geração, o eterno…

Teresa da Palma Pereira

Depois de concluir a licenciatura na Escola Superior de Música de Lisboa com a classificação máxima, sob a supervisão da pianista Tania Achot, e o mestrado em performance de piano na Universidade Católica do Porto, com Filipe Pinto Ribeiro, continuou os estudos musicais no Koninklijk Conservatorium Brussel, com Jan Michiels, e em Madrid, com Claudio Mehner.

Concluiu o doutoramento em 2015 com “Summa cum laude” na Escola das Artes da Universidade Católica do Porto, sob a orientação da pianista Sofia Lourenço e do compositor Paulo Ferreira Lopes.

É laureada em vários concursos nacionais e internacionais, incluindo os Concursos Internacionais “Maria Campina” e “Princesa Lalla Meryem”, e venceu o prémio para atuar como solista com a Orquestra de Câmara de Bruxelas, atribuído em concurso do Koninklijk Conservatorium para estudantes de todos os instrumentos.

Tem realizado, desde 2006, recitais em países como França, Holanda, Suécia, Brasil e China, bem como nos principais festivais e palcos portugueses.

É autora de uma dissertação de doutoramento sobre a obra de Robert Schumann, editada em livro, prefaciado pelo Professor Mário Vieira de Carvalho, com o título “Carnaval de Schumann: Obra de Génio e Loucura”, em 2018, e conta já com cinco trabalhos discográficos.

Acaba de editar o álbum “Terra”, que procura um fio condutor entre três grandes compositores de escolas muito diversas; Mussorsky (Quadros de uma exposição), Bartók (Danças romenas) e Albéniz (Iberia).

É Diretora Artística da Academia de Música Flor da Murta e do Festival Internacional de Piano de Oeiras.