Apresentação do livro “Sol” de Rui Horta Pereira

“É urgente abrandar. Ouvimos, hoje, quotidianamente. É urgente abrandar. É urgente desacelerar. Temos de abraçar rapidamente a  low motion (e o slow eating, o slow cooking, o slow reading, o slow criticising, o slow thinking, o slow painting, o slow living…). Temos, coralmente, de abrandar, deambular, ecologizar, passear. Abraçar a deriva. Tudo urgências recheadas de verdade. Nada a dizer. Mas, pergunto-me, preguiçoso, não será esta urgência o contrário de um qualquer movimento de abrandamento. Ou, pior, não será esta urgência em abrandar – isto é, fazer o mesmo, mas menos, fazer o mesmo, mas mais devagar – uma maneira de não pensar sequer em parar. Se calhar, mais do que abrandar urgentemente, precisaríamos mesmo era de ir lentamente parando.”
— Rui Pina Coelho