Uma encenação de António Pires que dirige um grupo de atores com quem o encenador habitualmente trabalha, todos com forte veia de comediantes, característica essencial para revelar o lado humano e vulnerável das personagens beckettianas, com destaque para Adriano Luz, um ator “beckettiano por excelência”.
Foi a partir desta peça, que rompeu com o teatro tradicional confrontando o público com questões filosóficas existenciais, que o dramaturgo irlandês viu o reconhecimento internacional. Mais tarde, em 1969, a sua escrita inovadora que “transformou a miséria da condição humana na sua grandeza artística” foi distinguida com o Prémio Nobel de Literatura.
Sinopse
Dois mendigos, Vladimir e Estragon, aguardam junto a uma árvore por alguém chamado Godot. Para passar o tempo, recorrem a diálogos circulares onde refletem sobre a existência, o absurdo e a própria espera. Chegam outras personagens, Pozzo e o seu servo Lucky, que pouco esclarecem. Entre o cómico e o trágico, Beckett constrói uma obra fundamental do teatro do absurdo, explorando o vazio e a condição humana diante da espera e da incerteza.
Nota de intenções do encenador
“O que vale a pena no trabalho que fazemos é a maneira como ele se nos vai metendo pelo corpo dentro, a violência com que se apropria de nós… Foi precisamente o que aconteceu com À Espera de Godot.” António Pires
Inspirado pela imagem contemporânea de um estafeta de refeições, o encenador traça um paralelo entre essa figura urbana e Lucky, o servo de Beckett, ambos presos a uma espera interminável e a uma busca muitas vezes vã.
Nesta montagem, Pires propõe uma abordagem que valoriza o rigor estético e a exploração da linguagem como vazio, onde os diálogos aparentemente sem sentido carregam uma densidade filosófica que se traduz no gesto, na pausa e no olhar. O trabalho com o elenco — atores com fortes características de clown — traz à cena a humanidade e vulnerabilidade das personagens, revelando toda a atualidade e potência da obra.
Ficha artística e técnica
Texto: Samuel Beckett
Tradução: José Maria Vieira Mendes
Encenação: António Pires
Com: Adriano Luz, Carolina Campanela, Francisco Vistas, João Barbosa, Mário Sousa
Cenário: Alexandre Oliveira
Desenho de luz: Rui Seabra
Desenho de som: Paulo Abelho
Construção de cenário: Fábio Paulo
Operação de luz: António Serrão
Operação de som: Matheus de Alencar
Estagiárias de guarda-roupa: Sol Piloto e Larissa Angeli
Ilustração: Joana Villaverde
Bilheteira: Andreia Alencar
Administração de produção: Ana Bordalo
Comunicação: Maria João Moura
Produtor: Alexandre Oliveira
Produção: Ar de Filmes / Teatro do Bairro
Duração: Aprox. 90 minutos
Classificação etária: M/12
Bilheteira
Bilhetes: 15€ Descontos:10€ (<25, >65 e profissionais do espetáculo) | 8€ (dia do espectador – quarta-feira e cartão Amigo TdB)
Venda online: www.bol.pt e pontos de venda aderentes
Reservas e informações: 21 347 33 58 / 91 321 12 63 (dias úteis: 15h às 18h)
No Teatro, em dias de espetáculo: qua. a sex. 15h – 21h30 | sáb. e dom. 15h – 18h
A Ar de Filmes/Teatro do Bairro é uma estrutura financiada pela República Portuguesa – Cultura / Direção-Geral das Artes, com o apoio da Câmara Municipal de Lisboa.