José de Almada Negreiros (1893 – 1970) foi um artista plástico e um escritor de excelência. Pertenceu a uma geração invulgarmente talentosa que ficou conhecida por Grupo do Orpheu e que foi determinante para o Movimento Modernista em Portugal.
Lutando contra o país oitocentista, considerado por estes artistas uma nação “doente”, exangue, arruinada, dependente e inculta, Almada – que nos deixou nas artes plásticas um legado único no panorama nacional – foi, como escritor e poeta, um dos autores mais vanguardistas do século XX português.
Isto seria por si só o bastante, não só na história da arte portuguesa como em qualquer outra, para que seja um imperativo conhecer, ver e ler Almada Negreiros, não fosse ele também um dos artistas mais importantes, e seguramente o mais versátil, da nossa história do século XX. E de todos os séculos.
Cinco sessões em que se propõe um périplo pela vida e obra de Almada Negreiros seguindo a cronologia dos momentos mais decisivos na sua vida.
1ª sessão: De 1893 a 1914
Almada nasce em 1893 em S. Tomé e Príncipe e fica órfão de mãe com três anos de idade;
Estada no Colégio dos Jesuítas em Campolide (Lisboa) até 1910, data em que o Colégio encerra devido à Implantação da República;
Conclusão do último ano do Liceu no Colégio Internacional onde faz a sua 1ª exposição individual;
Opção de não entrar na Escola de Belas-Artes de Lisboa, e início do seu percurso artístico como autodidata: colaboração em revistas e jornais como ilustrador e publicitário;
Participação no I Salão dos Humoristas Portugueses e na II Exposição dos Humoristas Portugueses (ambas no Grémio Literário em Lisboa).
2ª sessão: 1915 a 1918 (Parte I.)
O Grupo do Orpheu: Colaboração de Almada na Revista Orpheu n.º 1 e n.º 3 com 12 Poemas intitulados Frisos e A Cena do Ódio, respetivamente;
Almada, Fernando Pessoa e Mário de Sá Carneiro: os poetas do Orpheu;
Amadeo de Souza-Cardoso, Santa-Rita Pintor e José Pacheco: os artistas plásticos;
Almada o “provocador”: Manifesto Anti-Dantas;
Almada poeta e escritor: A Engomadeira e K4 Quadrado Azul;
Almada o amigo eterno: Amadeo de Souza-Cardoso é a Descoberta de Portugal na Europa no Século XX – exposição de 1916 de Amadeo na Liga Naval em Lisboa.
3ª sessão: 1915 – 1918 (Parte II.)
1917: “Comité Futurista” de Almada Negreiros e Santa-Rita Pintor; Conferência Futurista e o número único da revista Portugal Futurista;
Almada Negreiros Vs. Marinetti;
Os Ballets Russos em Lisboa: incursão de Almada como bailarino, coreógrafo e cenógrafo e o Clube das Cinco Côres;
Morte de Amadeo de Souza-Cardoso e de Santa-Rita.
4ª sessão: 1919 – 1948
Ida para Paris e o regresso: A Invenção do Dia Claro e O Nome de Guerra;
Estada em Madrid: Obras e colaborações;
Almada e o Cinema;
Regresso a Portugal e o casamento com Sarah Affonso;
Almada e os arquitetos da geração de ’90: Cottinelli Telmo, Jorge Segurado e Pardal Monteiro: Conferência e texto da Direção Única;
Colaborações com o arquiteto Pardal Monteiro: Vitrais da Igreja de Nossa Senhora de Fátima e Gares Marítimas de Alcântara e da Rocha do Conde de Óbidos.
5ª sessão: 1949 – 1970
Almada Negreiros e o estudo de uma complexa geometria: os Painéis de São Vicente – uma “obsessão” antiga;
Tapeçaria O Número: síntese e problemática para a descoberta do “cânone universal”; conferências;
Almada e o abstracionismo geométrico: pintura;
Painel Começar: o grande final.
Coordenação: Margarida Cunha Belém
Horário: terças-feiras; das 18h00 às 19h30 – online
Duração: 5 sessões; de 28 de outubro a 25 de novembro
Preço: sócios CNC 125€ | não sócios CNC 150€
Todas as sessões do curso serão gravadas e disponibilizadas aos participantes inscritos, no canal Youtube do CNC.