No ano de 1959, Jorge de Sena, procurado pela PIDE, marca um encontro secreto com a sua amiga Sophia para se despedirem mas o encontro é interrompido por dois agentes. Esta pequena peça de Tatiana Salem Levy e Flávia Lins e Silva, situa-se entre o drama histórico e o teatro documental e desenha um Portugal anacrónico e polarizado entre os que amam a poesia e os que a desprezam; entre os que pensam e os que cumprem ordens; os que querem ser livres e os que temem o medo do desconhecido – a iminência de uma revolução democrática.
Este projeto reflete a tensão do período do Estado Novo, em que a liberdade se conquistava no silêncio de cada revolucionário em forma de palavras escritas prontas para serem disseminadas pelos que viviam despertos para o sonho. Um retrato distante da contemporaneidade mas que se aproxima, cada vez mais, do que nos ameaça diariamente: este pensamento em forma de pesadelo antecipado de que tudo pode, rapidamente, repetir-se num regresso ao terror dos velhos tempos de privação da liberdade individual.
Texto Tatiana Salem Levy e Flávia Lins e Silva
 Direção e colaboração no texto Martim Pedroso
 Com João Sá Nogueira, Maria João Falcão, Martim Pedroso e Rui Melo
 Espaço cénico Rueffa
 Caraterização e figurinos Noé Quintela
 Desenho de luz Ricardo Campos
 Sonoplastia Carlos Morgado
 Vídeo Rita Casaes
 Produção executiva Joana Margarida
 Fotografia Pedro Macedo – Framed Photos
 Coprodução Teatro da Trindade INATEL, Nova Companhia e Galeria da Biodiversidade da Universidade do Porto / Casa Andresen
 Apoio Repúbica Portuguesa – Cultura / Direção Geral das Artes e Comissão Comemorativa 50 anos 25 de Abril 
A classificar pela CCE
CONVERSA COM O PÚBLICO
 23 FEV / Dom. após o espetáculo