Agenda

Conferências
Brotéria
Rua de São Pedro de Alcântara, 3 - 1250-237 Lisboa

Um novo olhar sobre a ciência

Em tempos dominados por questões científicas com fortes implicações éticas — o aquecimento global, a inteligência artificial e a edição genética – qual poderá ser a contribuição da Igreja?

O contributo da Igreja na alvorada do pensamento científico é conhecido. Nesta conferência é apresentado o papel da Igreja na investigação científica ao longo dos tempos e discute-se que pontes podem ser construídas para fortalecer as duas partes. Tanto Copérnico quanto Galileu emergiram num ambiente no qual a Igreja Católica era dominante. Apesar de todos os mal-entendidos, estes dois cientistas foram sempre crentes. Nos séculos XVI e XVII foi essencial o papel dos jesuítas para a transferência da «nova ciência» da Europa para o Oriente. Mesmo quando a ordem foi extinta, alguns jesuítas continuavam por exemplo a ser astrónomos na corte de Pequim. Durante os séculos XIX e XX são relevantes as investigações de Gregor Mendel, na Botânica, e de George Lemaître, na Astrofísica. Também hoje a Igreja continua a trabalhar nesta área principalmente através do Observatório do Vaticano e na Academia Pontifícia das Ciências – tornando-se por isso importante discutir como é que nos nossos tempos se podem pensar as relações entre a fé e a ciência.

Construir pontes: três conferências

A Brotéria surgiu em 1902 como uma revista de botânica que tinha como intenção principal contribuir para a disseminação do conhecimento científico, mas também com o objetivo de combater o divórcio entre a ciência e a religião. Ao longo destes 120 anos construir pontes foi sempre uma das preocupações fundamentais da Brotéria.
Nestes últimos três meses do ano escolhemos as ciências naturais, a arte contemporânea e a teoria moral – três campos em constante risco de divórcio entre o mundo secular e a igreja – como ponto de partida para três conferências. Em diferentes meios e contextos é comum discutir a importância que estas áreas têm para a religião e para a Igreja. Desafiámos os três intervenientes a inverterem a questão: como é que a religião e a Igreja Católica podem ser relevantes para a arte, a ética, a ciência e contribuir desenvolvimento de uma sociedade mais justa e humana?

Carlos Fiolhais
Doutorado em Física Teórica pela Universidade de Frankfurt/ Main em 1982. É Professor Catedrático de Física (aposentado) da Universidade de Coimbra e comunicador de ciência. Publicou cerca de 60 livros, entre os quais Física Divertida, Os Inimigos da Ciência e Apanhados pelo Vírus, História da Ciência em Portugal (Arranha Céus) e Jesuítas: Construtores da Globalização (CTT). Coordenou as Obras Pioneiras da Cultura Portuguesa. Dirigiu a Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra, o Rómulo – Centro Ciência Viva da Universidade de Coimbra e os Programas de Conhecimento da Fundação Francisco Manuel dos Santos. Ganhou vários prémios e distinções, entre os quais um Globo de Ouro da SIC e a Ordem do Infante D. Henrique.

Local: Brotéria
Duração: 1h30
Gratuito