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Teatro Nacional de São Carlos em casa

O mês de fevereiro encerra com uma das mais celebradas óperas de sempre – La traviata, de Giuseppe Verdi – e uma oratória escrita a partir de um acontecimento trágico que abalou o compositor Michael Tippett (A Child of our Time). 

Dois programas muito distintos, ambos interpretados pelo Coro do Teatro Nacional de São Carlos e pela Orquestra Sinfónica Portuguesa.

Na sexta-feira, dia 26 de fevereiro, às 16h apresentamos a obra A Child of our Time, estreada no Adelphi Teatre de Londres em 1944 e composta na consequência de certos episódios que abalaram profundamente o compositor Michael Tippett no alvor da Segunda Guerra Mundial.

Um jovem refugiado judeu assassina, em 1938, um oficial SS. A resposta do regime nazi não se fará esperar: a fatídica “Noite de Cristal” contra a população judaica faz centenas de mortos numa chacina que a História dificilmente esquecerá.

Os textos desta oratória secular foram escritos pelo próprio compositor e refletem uma forte psicoanálise Jungiana a que Tippett se submetera anos antes de escrever esta obra que apela à compreensão e à reconciliação entre os homens.

A maestrina Joana Carneiro dirigiu o concerto inaugural da temporada 2018-19, em 22 de setembro, em memória do Cônsul Honorário Aristides de Sousa Mendes.

Interpretação dos solistas Francesca Chiejina (soprano), Cátia Moreso (meio-soprano), David Butt Philip (tenor) e Luís Rodrigues (barítono), do Coro do Teatro Nacional de São Carlos e da Orquestra Sinfónica Portuguesa.

A proposta para a tarde de domingo é a ópera La traviata, uma produção do Teatro Nacional de São Carlos, estreada em 1997 e reposta em 2002 e 2018. É deste ano, do dia 14 de junho, a récita que transmitiremos no domingo, dia 28, às 16h.

Alexandre Dumas fils, inspirado num curto episódio autobiográfico, publica em 1848, a novela “La dame aux camélies” que, posteriormente, adapta para o palco. Em 1852, Verdi assiste emocionado em Paris à peça e, de imediato, pede ao editor Escudier que lhe envie um exemplar que Francesco Maria Piave, libretista habitual de Verdi, adapta para a ópera. Depois de Rigoletto (1851) e Il trovatore (1853), La traviata (1852) fecha a dita “trilogia popular” de Verdi. Ao contrário das duas óperas anteriores, eis agora uma trama sem herói ou vilão, onde a protagonista central, desafiando as convenções sociais do seu tempo, se distingue por uma nova forma de heroísmo, um heroísmo privado, cuja resignação e morte será o preço a pagar para salvar a honra de uma família que a exclui e a obriga a afastar-se.

No dia a seguir à estreia, Verdi escreveu ao seu editor: La traviata, ontem à noite. Fiasco. Culpa minha ou dos cantores? O tempo julgará. E foi esse mesmo tempo que quis que a tragédia da frágil cortesã, Alphonsine Duplessis na vida real, Marguerite Gautier no teatro, Violetta Valéry na ópera, e Camille no cinema, só encontrasse a imortalidade na música e no canto de Verdi.

Com direção musical de Michele Gamba e encenação, cenografia e figurinos de Pier Luigi Pizzi, o elenco é liderado por Ekaterina Bakanova (Violetta Valéry) e Luís Gomes (Alfredo Germont), integrando ainda Alan Opie (Giorgio Germont), Carolina Figueiredo (Annina), Joana Seara (Flora Bervoix), Mário Redondo (Barão Douphol) e João Merino (Marquês d’Obigny).

O Coro do Teatro Nacional de São Carlos e a Orquestra Sinfónica Portuguesa darão o mote para que possa cantar, dançar e brindar ao som de uma das mais conhecidas óperas de sempre.

Como complemento aos espetáculos, serão disponibilizadas as notas de programa – versão pdf e áudio – e, no caso da ópera, o libreto (língua original e português).

As transmissões podem ser acompanhadas através da página do canal YouTube www.youtube.com/saocarlos do TNSC.