“A ficção pode nomear tanto um método como um destino” escrevem Jon K. Shaw e Theo Reeves-Evison na introdução de Fiction as Method. Face às ansiedades do futuro, o exercício da ficção no contexto artístico permite a re-invenção do que assombra o amanhã. Convidámos a artista Alice dos Reis e a curadora Marta Espiridião para um diálogo sobre como é que o “falso” pode ser instrumentalizado para a problematização das instituições, poderes e hegemonias. Revisitando a exposição Pálpembrana de Alice dos Reis e partindo das noções críticas lançadas por Marta Espiridião (que bebem da forma como Carrie Lambert-Beatty define “paraficção”), tentaremos perceber o que há de real no fictício (e vice-versa), navegando as “pragmáticas da confiança” nas quais certos projetos especulativos se apoiam.
Alice Dos Reis
Alice dos Reis (n. Lisboa) é uma artista que vive e trabalha em Amsterdão, na Holanda.
É mestre em Artes Plásticas pelo Instituto Sandberg em Amsterdão como bolseira da Fundação Calouste Gulbenkian.
O seu trabalho, entre filme, texto e instalação tem sido mostrado regularmente a solo e em grupo em Portugal, na Europa e Austrália, de entre os quais; EYE Filmmuseum (Amsterdão), MAAT (Lisboa), Spektrum (Berlim), Le Murate (Florença), Seventh Gallery (Melbourne), Galeria da Boavista – EGEAC (Lisboa) e Neverneverland (Amsterdão).
Em 2019 foi vencedora do Prémio Novo Banco Revelação e irá expor os resultados da proposta no Museu de Serralves em Novembro do mesmo ano.
Marta Espiridião
Licenciada em Ciências da Arte e do Património pela Faculdade de Belas-Artes de Lisboa, fez uma pós-graduação em Estudos de Arte Contemporânea e Curadoria na Faculdade de Letra de Lisboa, e é agora mestranda em Ciências da Comunicação na FCSH. É curadora e investigadora independente e escreve regularmente para catálogos e revistas de arte contemporânea. Tem em curso diversos projectos expositivos, em parceria com a curadora Ana Cristina Cachola, tais como “O Segundo Nexo” e o “Anexo”. O seu projecto “Materialidades Sónicas: do Som como Objecto Arqueológico”, em conjunto com a artista Andreia Santana, foi um dos vencedores do Criatório – apoio à criação artística da Câmara Municipal do Porto.
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